sexta-feira, 11 de julho de 2014

Visão sem filtros

Como seres gregários, supomos que uma boa convivência social é aquela em que há uniformidade na moral mantida por todos seus componentes. No decorrer dos séculos, as ideias sobre a moral correta adaptaram-se à modernidade, e perderam grande parto do caráter preconceituoso, sem no entanto extingui-lo. De avó para neto, ou do filho para o filho dele e assim sucessivamente, vários conceitos foram passados de geração a geração, e por serem mutáveis, alguns ideais se perderam e outros surgiram.

Na constante evolução judiciária em que vivemos, várias leis proíbem atos de segregacionismo ou racismo. Atos deste tipo geralmente descendem de pressupostos mantidos pelo senso comum. Porém há ainda conceitos “básicos” que mantivemos sem caracterizá-los como separatistas. Uma mãe veria algo de errado no fato de seu filho ter como cor preferida a rosa? É bem provável que sim. Teria o visto como irregular, porque a maioria dos meninos preferem as cores definidas como “de menino”. Uma pessoa vestindo-se de preto da cabeça aos pés, usando maquiagem forte e tatuada também seria vista como anormal, enquanto uma garota loira usando um vestido florido e rodado seria “normal” e inofensiva.

Colocamos rótulos em uma pessoa ou até situação sem conhecermos as intrínsecas circunstancias e usamos as fórmulas destes como leis sociais ou familiares que nos impedem de nos darmos conta do quão boa a diversidade é para o mundo. Aceitar o incomum no nosso dia a dia como algo normal é para muitas pessoas, um obstáculo mantido de lado.

Normalidade e anormalidade, são palavras que se analisadas em variadas situações demonstrariam quase instantaneamente o quanto podemos ver sem realmente enxergar. Pequenos detalhes que nos colocam viseiras de lentes cobertas por um filtro que leva uma visão já carregada de preconceitos aos nossos olhos. Esses aspectos sociais podem, e devem, ser melhor trabalhados em todo e qualquer ambiente em que haja interação social.

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