domingo, 9 de março de 2014

Resenha Perdão Leonard Peacock - Matthew Quick


Sinopse: Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick - 224 páginas - Intrínseca
Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto.

Resenha: É aniversário de Leonard. Com seu humor sinistro ele está se preparando para o grande dia. O dia em que vai se livrar de sua vida terrível, depois de matar seu antigo melhor amigo. Ele mora sozinho em South Jersey. A mãe, Linda, é ausente, vive em Manhattan e é uma estilista. Ele é extremamente aborrecido com o comportamento dela, que passa vários dias sem visitá-lo e quando o faz está sempre prestes a atender um telefonema e se esquecer do filho. Ele passa o tempo livre assistindo a filmes antigos com seu amigo e vizinho idoso, as vezes até deixa de ir à escola para fazer isso.

No ambiente escolar é um pouco isolado dos colegas, que para ele são idiotas e desagradáveis. Leonard também não gosta dos adultos, sempre tristes e preocupados, absortos em seus trabalhos e alheios ao mundo. Seu professor de história, Herr Silverman, é um dos poucos adultos que o cativa, e o intriga: porque ele nunca deixa os braços a mostra? Baback, um descendente de iranianos, é quase amigo de Leonard. Quase, pois, apesar de ser o aluno mais próximo de Leo, não conversam ou andam juntos, ele toca violino, e Leo gosta de assisti-lo ensaiar. Há uma garota, chamada Lauren. Se conheceram na estação do metrô quando ela distribuía panfletos, os dois as vezes conversam. Às vezes.

Leonard, obviamente devido ao seu estado depressivo é um personagem intenso. Extremamente observador e crítico, grande parte do livro – que não é longo – se vai nas considerações dele sobre sua vida e a das pessoas ao redor dele, sobre a sociedade, e um pouco sobre o Holocausto – tema da vez das aulas de história -. Não pense que a opinião de um garoto que vai se matar é entediante, as observações dele são coerentes, e nem são absolutamente pessimistas. No decorrer do livro lemos cartas “enviadas do futuro” por sua família, tais cartas foram escritas por Leonard para incentivá-lo a acreditar em um futuro melhor.
Aos poucos ele nos revela seus sentimentos, medos, angústias, e decepções. Ao fim do dia já sabemos o que o motiva a querer matar o ex-melhor amigo. Não temos tempo de descobrir muito sobre os outros personagens além do que o que ele nos conta sobre eles. É um bom livro. Uma leitura breve, que pode nos levar a reflexão sobre alguns aspectos da vida. RECOMENDO.

Trechos: “Às vezes nos sentimos culpados sabendo que muitas pessoas sofreram com os horrores que nos colocaram aqui, mas como não tínhamos controle sobre essas coisas, simplesmente tentamos desfrutar de nossa boa sorte.”

“Talvez eu tenha transcendido a minha idade, por assim dizer.”

“Este lugar fica melhor quando estou sozinho. Mais seguro.”

“Eu acho que o mundo seria um lugar melhor se dessem medalhas para grandes professores, em vez de darem apenas para os soldados que matam os inimigos nas guerras. “

2 comentários:

  1. Olá Gabrielle, parabéns pelo texto! Estou no comecinho do livro, ainda na página 18! Mas estou muito interessada na história, mais do que isso, gostei muito da narrativa e do jeito em que o autor utiliza das notinhas para enriquecer a história e revelar alguns detalhes. Um amigo meu me deu a dica, disse que estava apaixonado pelo livro, após ler sua resenha, tenho certeza que é bom mesmo. Obrigada pela dica! :)

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  2. Olá, Gabrielle! Tudo bem? Embora esse livro tenha tido uma boa repercussão na blogsfera, devo confessar que não me interessei muito pelo livro. Apenas não me chamou muito a atenção :/

    Beijinhos!

    Bia - Blog Escrevendo Mundos

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